domingo, 11 de março de 2012

CONTOS DA COLINA

11 ÍDOLOS DO VASCO E SUA IMENSA TORCIDA BEM FELIZ.


mais uma obra literaria sobre o Gigante da Colina!
(editora OFICINA RAQUEL)


É com satisfação que divulgamos aqui o lançamento de mais um livro sobre o Vasco da Gama, sobre nossos ídolos e nossa maravilhosa torcida!

Contos da Colina – 11 ídolos do Vasco e sua imensa torcida bem feliz” é uma obra com 12 contos, onze dos quais contando a estória em torno de um craque vascaíno, e um cujo protagonista será a torcida cruz-maltina. Todos os textos são ficcionais, promovendo o encontro entre a literatura e o futebol, ou entre a criação literária e a paixão pelo Vasco da Gama.

Os contistas são inveterados torcedores do Gigante da Colina: Nei Lopes (compositor e escritor);  Mauricio Murad (romancista e pesquisador na área de sociologia do esporte) e Luis Maffei (poeta e professor de literatura). O prefácio é assinado pelo jornalista vascaíno Sérgio Cabral.

Os craques ficcionados são: Ademir Menezes, Alfredo Segundo, Barbosa, Bellini, Danilo, Edmundo, Eli, Ipojucan, Juninho, Roberto e Sabará, além da torcida.


Os homenageados!


Assim como Luis Fernando Veríssimo no prefácio do livro "Os Gigantes do Futebol Brasileiro", poderíamos dizer: “Eles são personagens das nossas vidas. Os que vimos jogar foram nossos heróis. Os que não vimos jogar fazem parte de uma história compartilhada, de um passado comum a toda a irmandade do futebol, não importa a idade. De um jeito ou de outro, são personagens” 

Fica portanto o convite para a leitura dos "Contos da Colina"! Vamos mergulhar no universo de personagens que nos deram muitas alegrias! Literatura e futebol com um sabor especial: sabor de bacalhau!

>> Lançamento: dia 19 de março, às 19h, na livraria Saraiva do shopping Rio Sul

Para comprar o livro:
http://www.oficinaraquel.com/produto/79/contos-da-colina-11-idolos-do-vasco-e-sua-imensa-torcida-bem-feliz 


terça-feira, 30 de agosto de 2011

MAZZAROPI

Geraldo Pereira de Matos Filho
Nascimento: 27/01/1953, Além Paraíba (MG)
Período: 1970 a 1978; 1980 a 1983.
Posição: Goleiro
Títulos: Taça Guanabara (1976), Carioca (1977, 1982)


             "O PÉ-QUENTE"










Maaaaazzarooopiiii!!!!  Era o que eu gritava, após realizar uma defesa, quando era goleiro nas peladas de infância com os meus amigos.
Comecei a “acompanhar” o futebol em 1976/1977... Mazzaropi era o goleiro do Vasco, o goleiro que pegou as cobranças de pênaltis em jogos decisivos contra o tradicional rival... o Flamengo. Foram as minhas primeiras alegrias no mundo do futebol! Foram as primeiras taças que vi o Vasco levantar. E nosso goleiro  "pé-quente" era responsável, em grande parte, pela emoção que tomava conta do meu coração infantil! (obrigado Mazzaropi! muito obrigado!)

O jovem Mazzaropi, último jogador em pé, da esquerda para direita, no juvenil do Vasco
no início dos anos 70. Agachados, no centro, estão Gaúcho e Roberto.


“O apelido "Mazzaropi", nasceu quando chegou ao Vasco. Pelé marcara seu gol 1.000 no goleiro vascaíno Andrada há poucos meses, quando o jovem Geraldo se apresentou ao clube do Rio de Janeiro. Era o ano de 1970 e ele vinha da cidade mineira de Além Paraíba, onde nascera em 1953. Menino calado, o mineirinho foi logo comparado ao famoso humorista que se destacava por encarnar o caipira interiorano. O caipira mineiro que, apesar de ter defendido o Vasco até 1984 - embora com algumas curtas transferências para outros clubes nesse período -, jamais se acostumou com a vida conturbada da capital carioca...” (UOL Esporte, 2007 - Pelé.Net)



(foto: Agência GazetaPress)

“... Mazzaropi começou nos juvenis, em 1970, como reserva de Aiube. No ano seguinte, quando seria sua vez de ir para o gol, contrataram o Brasília. Até que chegou o Alfredo Abraão e me disse: “menino, se você quiser trabalhar, será nosso titular e futuro goleiro dos profissionais”.
Era o que Mazzaropi sabia e gostava de fazer. Trabalhou firme, foi campeão juvenil e em 1973 era o reserva do reserva de Andrada. Sua grande chance veio em 1975, quando Andrada teve um problema de coluna e Zé Luís operou os joelhos.
- Seu Travaglini me lançou. Fiquei 11 jogos sem tomar gols. No jogo contra o Sergipe defendi um pênalti e a vitória de 1 a 0 classificou o Vasco para as semifinais do Brasileiro.
No final de 75, Andrada foi vendido e Mazzaropi assumiu a posição até a chegada de Leão em 1978." (Revista Placar n.523, maio/1980)



“BRILHA A ESTRELA DE MAZZAROPI E VASCO VENCE TAÇA GB”
O site NETVASCO publicou uma matéria no dia 13 junho de 2006 recordando a conquista da Taça Guanabara de 1976:

"Neste dia 13 de junho a Nação Vascaína comemora 30 anos do título da Taça Guanabara de 1976, conquistado nos pênaltis em cima do arqui-rival Flamengo.
Vasco 1976 (poster da Placar)

A Taça Guanabara de 1976, primeiro turno do Campeonato Carioca, teve a participação de 15 equipes. Pela primeira vez clubes do interior, como Americano, Goytacaz e Volta Redonda, participavam do certame devido à fusão entre os estados da Guanabara e do Rio de Janeiro ocorrida dois anos antes. Vasco e Flamengo terminaram o turno empatados com 11 vitórias, dois empates e uma derrota cada um (24 pontos na contagem da época) e tiveram que decidir o título num jogo extra.

A decisão, disputada num domingo, arrastou 133 mil torcedores ao Maracanã. Logo aos seis minutos de partida, Roberto Dinamite recebeu uma cotovelada de Rondinelli dentro da área. O árbitro Agomar Martins marcou pênalti, que o próprio Dinamite cobrou para abrir o marcador. O Flamengo empatou aos 22 minutos do segundo tempo com Geraldo, após receber passe de Edu.


Mazzaropi levanta a Taça GB/76
 O empate por 1 a 1 obrigou a realização de uma prorrogação, que terminou sem gols. Na decisão por pênaltis, o Flamengo fez 1 a 0 e Abel desperdiçou o primeiro tiro vascaíno. Seguiram-se três cobranças bem-sucedidas para cada lado até que Zico, com seu time liderando a contagem por 4 a 3, só precisava converter seu pênalti para encerrar a disputa. Mas o Galinho - que é pé-frio não é hoje - chutou para a defesa de Mazzaropi, então um jovem goleiro que substituía o consagrado Andrada. Roberto Dinamite converteu sua cobrança - 4 a 4 - e Geraldo chutou para nova defesa de Mazzaropi. Coube então ao lateral recém-promovido dos juvenis Luís Augusto fazer o gol do título - um título que o Vasco não conquistava desde 1965, quando havia se sagrado o primeiro campeão da Taça Guanabara.

Na sequência do Campeonato, o Botafogo ganhou o segundo turno e, o Fluminense, o terceiro. O América venceu uma repescagem e ganhou o direito de disputar o quadrangular final, que terminou com Vasco e Fluminense empatados na ponta. Os dois clubes decidiram o título num jogo extra e a taça foi para as Laranjeiras. Mas a conquista da Taça Guanabara na primeira decisão por pênaltis entre Vasco e Flamengo já havia entrado para a História." (NETVASCO)




O CAMPEONATO CARIOCA DE 1977

"O Vasco ganhou o Campeonato Carioca de 1977 sem dar chances aos rivais. Foram 25 vitórias em 29 partidas, sendo que o time não tomou gol em 17 jogos consecutivos. Mazzaropi no gol e a linha de zagueiros com Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio formavam a defesa que levou apenas 5 gols na competição. A ínfima média de 0,17 por partida é a melhor de todos os tempos do Campeonato. Para se ter uma idéia do desempenho do quinteto, nenhum jogador do Flamengo, do Botafogo e do Fluminense fez gol em sete clássicos disputados contra o Vasco.
Vasco Bi Campeão da Taça Guanabara (76/77)
na foto: Zandonaide, Marco Antônio, Mazzaropi, Zanata, Abel e Ramon
(acervo do atacante Ramon)

O Vasco que ganhara a Taça Guanabara, terminou o returno com os mesmos 26 pontos do Flamengo. Foi necessário, então, um jogo extra contra o Flamengo para decidir o returno. Se o Vasco ganhasse, conquistaria o título carioca. Se o Flamengo fosse o vencedor, as duas equipes disputariam ainda a melhor de três. Num jogo nervoso, o placar não saiu do zero no tempo normal e na prorrogação. A decisão ficou pra os pênaltis. Mazzaropi espalmou a quarta cobrança rubro-negra, do garoto Tita, e Roberto converteu a quinta cobrança do Vasco. Vitória por 5x4 de uma equipe inesquecível. (Revista Placar – Grandes Clubes “Vasco, O Expresso da Vitória”, publicada em 1999)

Mazzaropi defende a cobrança de pênalti do jovem Tita

VASCO - CAMPEÃO CARIOCA DE 1977
Mazzaropi, Orlando, Abel, Geraldo, Zanata, Marco Antônio e Titio Fantoni
Pai Santana, Wilsinho, Zé Mário, Roberto Dinamite, Dirceu e Paulinho



Em 1978 o Vasco contrata Leão, o goleiro da Seleção Brasileira. E assim, Mazzaropi torna-se reserva. (confesso que fiquei com bronca do Leão...)


Foto da Revista Placar
"... Na noite em que os alto-falantes do Maracanã anunciaram pela primeira vez o nome de Leão na escalação do Vasco, a torcida reagiu aos gritos: “ Mazzaropi, Mazzaropi, Mazzaropi, Mazzaropi.” Naquele momento, nem o impacto pela contratação do goleiro da Seleção Brasileira era capaz de apagar da memória dos vascaínos as grandes atuações de Mazzaropi. Especialmente os pênaltis que defendeu, em duas decisões contra o Flamengo, e que acabaram rendendo dois títulos para o Vascão.


... ... Leão chegou a São Januário com status de super estrela. Há poucos dias brigou com o clube, foi afastado dos treinamentos, e está com o passe à venda. Nesse momento, Mazzaropi volta à cena para ocupar o lugar que sempre foi seu – no gol do Vasco e no coração da torcida. Uma volta meio constrangedora para o caráter extremamente dócil deste mineiro de 1,80m de altura.
Mazzaropi fala de Leão com absoluta naturalidade:
- Preferia ganhar a posição brigando por ela dentro de campo... Faço questão de dizer que aprendi muito com o Leão, profissionalmente.
(trechos da matéria publicada na Revista Placar n.523, maio/1980)




A passagem pelo Coritiba em 1979


Chamada da matéria da Revista Placar (n. 463, mar 1979)
para a apresentação de Mazzaropi no Coritiba

- Um dia, apareceu um dirigente do Coritiba e me levou por empréstimo. Fui disposto a provar que era um bom goleiro. Voltei campeão e de alma lavada, mesmo perdendo dinheiro. Era um desafio profissional e eu queria enfrentá-lo. Afinal tratava-se de substituir Manga, um monstro sagrado do nosso futebol. Acho que me saí bem, o torcedor do Coritiba não tem motivo de queixas.

Nem os do Vasco. O carinho que a torcida tem pelo jogador pode ser medida pela frase de uma torcedora à saída de São Januário: Olha lá o Mazzaropi. Ele é um tremendo pé-quente!" (Revista Placar n.523, maio/1980)


Mazzaropi e o eterno Barbosa
(foto do acervo ABI)

"Náutico, Coritiba e Figueirense, mas Vasco da Gama e Grêmio são dois clubes que têm uma marca muito forte na minha história, na vida profissional. No Vasco da Gama foram cerca de 15 anos, é uma vida! Foram 5 anos nas categorias de base. Foi o clube que me projetou. Tive grandes momentos no Vasco da Gama. Para mim, era um orgulho muito grande defender a Cruz de Malta. Depois tive a oportunidade de ir para um outro grande clube, como o Vasco da Gama, que foi Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, onde tive as minhas duas maiores conquistas como atleta - a Libertadores e o Mundial", disse ao repórter Jorge Eduardo, da Rádio Globo  (trecho da entrevista publicada em 2008 no site Super Vasco)





Mazzaropi, Rosemiro e Ivan - corte do poster da Placar
Vasco Campeão Invicto do segundo turno do Carioca/81
“Ele foi campeão por todos os times que defendeu. Só isso já seria suficiente para falar que Mazzaropi é um grande vencedor na carreira. Mas, além disso, ele tem no currículo passagens por grandes equipes do futebol brasileiro e chegou atuar uma vez pela seleção nacional. Ao encerrar a carreira, trabalhou durante dez anos como treinador de goleiros no Japão. Atualmente é técnico. Dirigiu o Vilhena Esporte Clube (VEC) de Rondônia, o Guarani de Venâncio Aires (RS). Em 2009, assumiu o Santo Ângelo, da segundona gaúcha.” (site Terceiro Tempo – Milton Neves)



Futebol Cards Ping Pong
(coleção do final dos anos 70) 
É digno de registro o recorde mundial batido pelo goleiro Mazzaropi: 1.816 minutos sem levar gol, de 18 de maio a 7 de setembro de 1977. Este recorde está de pé até hoje e é reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas de Futebol). (site do Mauro Prais)

"O carismático goleiro do grande time do Vasco campeão estadual de 1977 só disputou uma partida pela Seleção (não oficial), mas conquistou muitos títulos nos clubes pelos quais passou. Pelo Vasco, além do Estadual de 77, ganhou o de 1982, já como reserva de Acácio. Transferiu-se para o futebol gaúcho, onde ganhou o hexacampeonato Estadual (85 a 90), a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes (1983) pelo Grêmio. Tornou-se treinador de goleiros."  (Revista do LANCE - Série Grandes Clubes, 2001)





Títulos conquistados:

No Grêmio, sua conquista mais expressiva:
Campeão Mundial de Clubes (1983)
*Vasco/Campeão da Taça Guanabara (1976)
*Vasco/Campeão Carioca (1977)
*Coritiba/Campeão Paranaense (1979)
*Vasco/Campeão Carioca (1982)
*Grêmio/Campeão da Taça Libertadores da América (1983)
*Grêmio/Campeão Mundial de Clubes (1983)
*Náutico/Campeão Pernambucano (1984)
*Grêmio/Hexa - Campeão Gaúcho (1985 - 1990)
*Grêmio/Campeão da Copa do Brasil (1989)






Mazzaropi em 2009, quando assumiu o Santo Ângelo (RS) como técnico
(foto de Tiago Vianna)



Fontes:
- Revista Placar n.523, maio de 1980;
- Revista Placar n.463, março de 1979;
- Placar – Grandes Clubes (“Vasco, O Expresso da Vitória”), 1999;
- LANCE, Série Grandes Clubes, "As 10 maiores glórias do Vascão, 2001)
- site NETVASCO (http://www.netvasco.com.br/);
- site do Mauro Prais (www.netvasco.com.br/mauroprais);
- site Super Vasco (http://www.supervasco.com.br/);
- Terceiro Tempo (http://terceirotempo.ig.com.br/);
- UOL Esporte (http://noticias.uol.com.br/ultnot/esporte/2007/07/03/ult2657u138.jhtm).









segunda-feira, 4 de julho de 2011

TESOURINHA

Osmar Fortes Barcellos
Nascimento:  03/10/1921, Porto Alegre-RS
Falecimento: 17/06/1979, Porto Alegre-RS
Período: 1949 a 1951
Posição: Atacante (Ponta-direita)
Títulos: Campeão Carioca (1950)



         O ARTISTA DA BOLA









"Foi sem dúvida um dos maiores pontas-direitas da história do futebol mundial." (Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida, “Um Expresso Chamado Vitória”)


“o melhor ponta nacional e da América nos anos 40” (Antônio Falcão, "Os Artistas do Futebol Brasileiro - 50 minibiografias de A a Z")


Tesourinha no Internacional (anos 40)
“Todos sabem quem foi o maior ponta-direita do futebol brasileiro. O homem nascido em Pau Grande, o terror das suecas. A pergunta é: e o segundo maior número 7? Para muitos esse foi Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha. Driblava e chutava com muita pontaria com os dois pés. Era criador de jogadas e artilheiro. Entortava zagueiros, centrava e marcava gols. Tudo ao mesmo tempo.
Osmar nasceu mulato em Porto Alegre. Começou no Ferroviário, time amador da capital. Aos 18 anos vestia a camisa do Inter. Deveria ser centroavante, mas, por causa da concorrência com Carlitos, ficou na ponta direita. Gostou.... Por pertencer ao bloco carnavalesco “Os Tesouras”, foi chamado de Tesourinha. Caiu como uma luva, pelo jeito como “cortava” os zagueiros adversários. Dos dez campeonatos gaúchos que disputou, ganhou oito e foi artilheiro em 1943 e 1945.”
(Revista Placar – Coluna "Mortos-Vivos", Dagomir Marquezi)



“Osmar Fortes Barcelos era o nome deste gaúcho bom de bola que tinha o apelido de Tesourinha. Nasceu em Porto Alegre em 1921. Foi um dos jogadores gaúchos mais laureados da história do futebol brasileiro. Era um ponta direita extremamente hábil e técnico que, além de driblar com incrível facilidade, ainda chutava com precisão, o que lhe permitia ser mais do que um preparador de jogadas para ser também um artilheiro. Já foi eleito o melhor jogador do Internacional de Porto Alegre de todos os tempos.  ... Tesourinha driblava seus adversários em alta velocidade, cortando os zagueiros para um lado e para o outro. Viveu seus melhores momentos no Internacional como ídolo e campeão. O time era bom e Tesourinha se encaixava como uma luva. No futebol gaúcho ele era uma estrela. Mas, precisava conquistar o Brasil. Jogando pela seleção da sua terra, começou a mostrar seu futebol para os grandes centros esportivos. Em 1944 chegou sua grande oportunidade na seleção. Foi convocado para enfrentar os uruguaios pelo Copa Rio Branco. Sua estréia aconteceu no dia 15 de maio de 1944 no estádio de São Januário. Tesourinha. Lélé. Isaias. Jair e Lima, foi o ataque brasileiro que venceu os uruguaios por 6x1. Tesourinha marcou o segundo gol. No ano seguinte, já jogava na seleção no meio dos “cobras” da época: Ademir. Leonidas da Silva. Heleno de Freitas e Zizinho.” (site Museu dos Esportes – reproduzindo texto da Revista Placar)


Tesourinha, Rui, Adãozinho, Eliseu e Carlitos
Inter nos anos 40 - "Rolo Compressor"


     “Ainda indeciso se assinava seu primeiro contrato com o Internacional ou continuava no ambiente saudável e sem maior compromisso do Ferroviário, Tesourinha acabou cedendo à melhor proposta, do presidente colorado daquele ano de 1939, Willy Teichmann. Não pensava que fosse ocupar um lugar no time principal. Já se contentava com a condição de titular dos aspirantes do time do Internacional, que garantiu a exclusividade do seu futebol com a assinatura de um contrato amador. Tesourinha ficou pouco tempo nos aspirantes. O destino já escrevera que ele tinha um encontro marcado com a história do futebol gaúcho num domingo, dia 23 de outubro de 1939.
     O Inter disputava uma partida do campeonato da cidade contra o Cruzeiro, quando o grande ponteiro-esquerdo Carlitos lesionou-se nos primeiros minutos do segundo tempo. O jogo estava empatado em 1 a 1. Tesourinha foi chamado para o seu lugar. Ambidestro, ele não tinha qualquer receio de jogar nos dois lados do ataque. O Inter venceu o jogo por 2 a 1, gols marcados por Brandão, mais tarde, técnico de sucesso no futebol brasileiro. Tesourinha não obteve destaque especial. Mas seria demais exigir que ele já começasse com nota dez no time profissional. Tesourinha teria muito tempo para obter nota dez em jogos no quais foi decisivo para as grandes conquistas do clube nos anos 40, como grande destaque do Rolo Compressor, ao lado do artilheiro Carlitos.” (Kenny Braga, "Os dez mais do Internacional")



“Tesourinha ganharia a opinião pública como o atleta excepcional que se deslocava com a rapidez de um raio, driblava divinamente, chutava preciso e servia aos companheiros bolas com açúcar. Tanto que, em 1945, esse craque foi titular absoluto nos 6 jogos do Brasil no campeonato sul-americano do Chile, onde formou este fantástico ataque: ele, Zizinho, Heleno de Freitas, Jair Rosa Pinto e Ademir Menezes. Sobre tal grupo, aliás, o Mestre Ziza escreveu nas memórias: Foi sem dúvida a melhor seleção em que joguei.” (Antônio Falcão, "Os Artistas do Futebol Brasileiro - 50 minibiografias de A a Z")


Ademir Menezes, Jair Rosa Pinto, Heleno, Zizinho e Tesourinha
(Seleção Brasileira/1945)

     “Depois de ajudar o Internacional a ganhar oito títulos estaduais e participar de 45 Gre-Nais, achou que era a hora de sair do clube. Deixou o Inter no final de outubro de 1949, após o time perder o título da cidade para o Grêmio, transferindo-se para o Vasco da Gama em dezembro. O ano de 1949 foi ruim para o time do Internacional, mas foi bom para Tesourinha, que se tornou campeão sul-americano no início do ano. Na vitória que garantiu o título – 7 a 0 contra o Paraguai -, Tesourinha marcou dois gols. Além disso foi peça importante em diversos jogos.Mas o que repercutiu mesmo em Porto Alegre foi a transferência do jogador para o Vasco da Gama, que pagou ao Internacional 300 mil cruzeiros, o passe do atacante Solis, mais a arrecadação de dois jogos entre as equipes. Mas a ida de Tesourinha para o Rio de Janeiro não transformou todos os seus sonhos em realidade. Após ter ajudado o Brasil a ganhar a Copa Rio Branco em março de 1950, uma lesão no joelho direito, uma das poucas na carreira, impediu sua participação na Copa do Mundo, realizada no Brasil.
     Talvez fosse outra a história do mundial daquele ano se Tesourinha estivesse em campo na final trágica para o Brasil, derrotado pelo Uruguai. Mas o craque foi brilhante no Vasco, onde se tornou campeão carioca em 1950 e ganhou o título do brasileiro de seleções com a camisa do Rio de Janeiro. No time cruzmaltino, o ponta direita aparece com destaque. Também foi indicado para ocupar a posição no melhor time do Internacional de todos os tempos, em consulta feita a jornalistas e torcedores ilustres do clube no início dos anos 80, pela Revista Placar.” (Kenny Braga, "Rolo Compressor, memória de um time fabuloso")



Apresentação no Vasco:
do "Rolo Compressor" para o "Expresso da Vitória"

Em pé: Eli, Barbosa, Danilo, Augusto, Clarel e Alfredo
Agachados: Tesourinha, Ademir, Friaça, Maneca e Dejair
(Vasco 2x0 Peñarol - 1951, Maracanã)

“Em 1950 o gaúcho teve pelo Vasco da Gama o seu único título no campeonato carioca. E ainda defendeu a equipe cruzmaltina na temporada de 51. Em março do ano seguinte, voltou ao sul a pedido do Grêmio, o arquiinimigo do seu ex-clube porto-alegrense. Isso, com um porém: ao aceitar o convite, Tesourinha quebrou um velho, ridículo e repugnante preconceito estatutário: foi o primeiro negro a vestir a jaqueta tricolor. Os fascistóides "gremistas vigilantes" protestaram contra a sua contratação e o ponta-direita com isso fintou também com habilidade esse obelisco da estupidez racista. E recebeu do então vice-presidente do clube, Luís Assunção, esta recompensa: "Tesourinha acabou como o arianismo no Grêmio. É um abolicionista que o Vasco da Gama nos mandou". O craque ficou no Grêmio até 55, época em que no clube Aírton Pavilhão começava a brilhar. A seguir, em troca de um emprego, Tesourinha foi encerrar a bela carreira no apagado time do Nacional gaúcho, onde jogaria os estaduais de 1956 e 57, quando finalmente deu por concluída a profissão de atleta.” (Antônio Falcão, "Os Artistas do Futebol Brasileiro - 50 minibiografias de A a Z")



Brandãozinho, Ademir, Pinga e Tesourinha
(Vasco x Portuguesa) - foto publicada na Placar

Vasco/1951 - Tesourinha, Ipojucan, Friaça, Maneca e Dejair
(foto do Globo Esportivo enviada por Valdir Appel)



Tesourinha  na  Seleção  Brasileira
23 jogos (16 vitórias, 1 empate, 6 derrotas)
Gols: 10
Títulos: Copa Rocca (1945), Copa Rio Branco (1947, 1950), Sul-Americano (1949)

(Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, "Seleção Brasileira 1914 – 2006”)






Convocação para o jogo da despedida



“No dia 26 de março de 1969, entrou num campo de futebol profissional pela última vez, com 47 anos. Na despedida do Estádio dos Eucaliptos, Tesourinha jogou pelo Inter num amistoso contra o Rio Grande. No final foi até uma das traves, tirou a rede e a guardou como lembrança. Dez anos depois morreu de um câncer no estômago na mesma cidade onde nasceu e fez história.” (Revista Placar – Coluna "Mortos-Vivos", Dagomir Marquezi)











- - - - - - - - GALERIA DO TESOURINHA - - - - - - - -


INTER/1944
Assis, Nena, Ávila, Ivo, Abigail, Alfeu
Volpi, Tesourinha, Adãozinho, Ruy e Xinxim.

Tesourinha com Ávila e Adãozinho




Seleção Brasileira - 1945


Expresso da Vitória /1951
Em pé: Eli, Barbosa, Augusto, Jorge, Clarel e Ipojucan
Agachados: Tesourinha, Friaça, Edmur, Maneca e Chico.




Tesourinha retira a rede para guardar
de lembrança (jogo de despedida em 1969)


Mesmo depois de encerrar a carreira, Tesourinha
continuou a receber homenagens do clube


  “Tesourinha fez falta à Seleção de 1950, mas infelizmente teve que operar os meniscos. Ele era o terror dos goleiros quando fechava em diagonal e batia de canhota” (Ademir Menezes)


Fontes:

- “Os dez mais do Internacional”, Kenny Braga
- “Rolo Compressor, memória de um time fabuloso”, Kenny Braga
- “Seleção Brasileira 1914 – 2006”, Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf
- “Um Expresso Chamado Vitória” (Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida)
- Revista Placar n.1333, agosto/2009, Coluna "Mortos-Vivos", Dagomir Marquezi
- "Os Artistas do Futebol Brasileiro - 50 minibiografias de A a Z”, Antônio Falcão
- site Museu dos Esportes (http://www.museudosesportes.com.br/)
- site Colecionador Colorado (http://www.colecionadorcolorado.com.br/)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DJALMA

Djalma Bezerra dos Santos
Nascimento: 19/12/1918, Recife-PE
Falecimento: 03/03/1954, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1943 a 1948
Posição: Atacante
Títulos: Carioca (1945, 1947), Sul-Americano (1948)













 Assim como Ademir Menezes, Djalma era uma jovem promessa do Sport Recife quando chegou ao Vasco. Veio para São Januário em 1943 e fez parte do Expresso Vitória. Atuou em todos os jogos da conquista do Sul-Americano do Chile em 1948 e deixou o clube no final da temporada, indo para o Bangu. Infelizmente, faleceu vítima de um acidente fatal durante o carnaval de 1954.



Djalma (com a rede na cabeça) no ataque da Seleção Pernambucana em 1943
Ao seu lado, Ademir Menezes e Orlando Pingo de Ouro.


Djalma e Maneca
(foto: Revista Esporte Ilustrado)

“Djalma começou no Sport Recife em 1939 e chegou ao Vasco em 1943, após sagrar-se tricampeão pernambucano... Era ponta-direita, mas jogava em quase todas as posições do ataque e até como médio. Fazia um papel tático importante no surgimento do Expresso, pois sabia fechar o meio de campo, dando mais liberdade para as arrancadas de Ademir pelo meio e para os deslocamentos do veloz Isaías pelo setor direito. É um dos nomes mais lembrados daquele período glorioso da história do Vasco. Pelo clube conquistou os Torneios Relâmpagos de 1944 e 1946, o tetra municipal em 1944/45/46/47 e os Cariocas invictos de 1945 e 1947, além do Sul-Americano de 1948. Foi titular em grande parte dos jogos de todas essas campanhas. Pela seleção brasileira, participou do Sul-Americano de 1945, quando fez contra o Chile sua única partida pelo selecionado nacional.”
(livro "Um Expresso Chamado Vitória")





O Jornal O Globo em março 1954 descreveu o seu acidente fatal assim:

"Djalma, o veterano ás do futebol, que defendera por tanto tempo as cores do Vasco da Gama e, por último, integrava a equipe do Bangu, foi vítima de trágico e fatal acidente, resultado de um ato de imprudência. Foi uma das ocorrências mais dolorosas do carnaval...


Djalma defendeu o Bangu entre 1949 e 1954,
ano do seu falecimento.

...Estava animado, inteiramente entregue à folia. Cerca das 22h, a sra. Dulce, sugeriu a Djalma que fossem à sua residência. Deveria trocar de roupa para um baile a que pretendia ir. No entanto, quando lá chegaram, a fechadura não funcionava. Por sugestão da vizinha, Djalma tentou entrar no apartamento da amiga, no segundo andar, descendo agarrado a uma corda de persiana de um apartamento do terceiro andar. No entanto, o cordel não suportou o peso do seu corpo, partiu-se, e o player foi cair, de pé, na marquise. Mas, grande azar, Djalma se desequilibrou e caiu na rua, batendo com a cabeça no meio-fio. Foi levado para o hospital, mas não resistiu.”
(texto reproduzido no site BANGU.NET, site não oficial do Bangu)






GALERIA


Djalma e Ademir (agachados) no Sport Recife em 1942


Djalma, Lelé, Isaías, Jair e Chico


Djalma, Zizinho, Heleno, Ademir e Jorginho
linha de ataque da Seleção Carioca em 1945




No título invicto de 1947, Djalma participou de 10 jogos e fez 4 gols
(foto do site do Mauro Prais)




Os campeões sul-americanos, em foto tirada antes do jogo Vasco  1 x 0  Emelec, em 29/02/1948
Em pé: Augusto, Barbosa, Rafanelli, Danilo, Jorge e Eli
Agachados: Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico e o massagista Mário Américo


Djalma com Zizinho nos tempos do Bangu

Fontes:
- Livro "UM EXPRESSO CHAMADO VITÓRIA" (Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida)
- Site do Mauro Prais (www.netvasco.com.br/mauroprais)
- NETVASCO (http://www.netvasco.com.br/)
- Site não oficial do Bangu (http://www.bangu.net/)

sábado, 2 de abril de 2011

EDMUNDO - 40 ANOS

PARABÉNS PRA VOCÊ!!!


Edmundo Alves de Souza Neto,
um dos maiores ídolos da História do Vasco!

O post do Edmundo, com o resumo da sua carreira, ainda será cuidadosamente preparado, assim como os de todos os outros Gigantes da Colina. Mas hoje, dia 2 de abril, não pode passar em branco... a data é especial! O ídolo vascaíno completa 40 anos. Parabéns, Edmundo!



"Edmundo tem a molecagem do atacante, é valente, não teme as divididas, não tem medo de marcação e muito menos da violência dos zagueiros." (Oldemário Touguinhó, jornalista esportivo)








“O Animal foi o jogador profissional com a maior paixão demonstrada por um time na história moderna do futebol brasileiro” (“365 Motivos para ser vascaíno”, Bruno Mazzeo e Sergio Almeida)




“Animal com DNA vascaíno”
("Os dez mais do Vasco da Gama" – Claudio Nogueira e Rodrigo Taves)




No dia 03/12/1997, Edmundo, o maior de todos os matadores de Urubu, marca três gols na goleada sobre o Flamengo e se torna o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro.



Vasco 4x1 Flamengo (Camp. Brasileiro/1997), um jogo inesquecível! Um show de Edmundo!!!

 


O craque do Brasileirão de 1997


"... seu maior destaque foi na temporada de 1997 quando quebrou todos os recordes do Campeonato Brasileiro e deu o tricampeonato ao Vasco. Edmundo é torcedor fanático, venerado pela torcida pelo amor declarado e, sobretudo, pelo histórico de atuações de gala e de muitos gols contra o Urubu." ( "365 Motivos para ser vascaíno", Bruno Mazzeo e Sergio Almeida).


Pela raça e disposição, Edmundo teve uma identificação imediata com a torcida do Vasco. Adorado até hoje, foi o grande artilheiro do título do Brasileiro de 1997. ("Os dez mais do Vasco da Gama", Claudio Nogueira e Rodrigo Taves).






 Valeu, Edmundo! Obrigado!

Emoção! Vibração! Explosão! Este é o Edmundo!!!

Em tempo... ... ídolo "animal", te desejamos paz, saúde, alegrias e juízo!  =)