sexta-feira, 25 de março de 2011

JAIR ROSA PINTO

Jair Rosa Pinto
Nascimento: 21/03/1921, Quatis (distrito de Barra Mansa-RJ)
Falecimento: 27/07/2005, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1943 a 1946
Posição: Meia/Atacante
Títulos: Carioca Invicto (1945)




        " JAJÁ DE BARRA MANSA "











Foto da Gazeta Press



“...Jair usava a canhota para dribles curtos, passes precisos e tirambaços mortais. Quem via suas canelas finas não acreditava na potência do seu chute, que ficou célebre. Ninguém cobrava uma falta com tamanha habilidade, sendo atribuída a ele a invenção do chute de curva...” (Mauro Prais)



“Jajá de Barra Mansa. Príncipe Jajá. Um dos maiores lançadores de nosso futebol. Um dos melhores chutadores dos campos. Um dos maiores armadores do Brasil. Um dos tantos craques canhotos. Um dos maiores ídolos de Ademir da Guia. Jogou o fino da bola com as mais finas canelas conhecidas. (Os dez mais do Palmeiras, Mauro Beting)








“Ele era o craque de Barra Mansa e trabalhava no Frigorífico, enquanto seu irmão, Orlando, era o titular da ponta esquerda Vasco da Gama. E bastava isso para Jair não sair de São Januário. Gostava de ficar ao lado daqueles ídolos e sonhar em jogar ao lado deles, algum dia. O problema é que Jair tinha 15 anos e pesava 50 quilos” (Revista Placar – Álbum dos Saudosistas, reproduzido no site Museu dos Esportes)



“... Aprendeu a jogar demais e doar gols desde menino em Quatis, no Vale do Paraíba fluminense, onde nasceu, em 21 de março de 1921. À época, era um distrito de Barra Mansa. Com 16 anos, depois de não achar um lugar em São Januário por excesso de contingente, já estava no Madureira, fazendo um trio excelente com Lelé e Isaías: os Três Patetas. Lá ficou até 1943, quando foi comprado pelo Vasco.” (Os dez mais do Palmeiras, Mauro Beting)


Lelé, Isaías e Jair ("Os três patetas") no Madureira
(foto publicada no site da CBF)

“...Jair integrou o Expresso da Vitória até 1946, conquistando os títulos do Relâmpago de 1944 e 1946, além dos Municipais de 1944, 1945 e 1946, e do Carioca invicto de 1945. Jogou também no Flamengo de 1947 a 1949 e no Palmeiras de 1950 a 1955, onde conquistou o título paulista de 1950 e a Copa Rio de 1951. Atuou ainda no Santos junto com Pelé. Na Vila Belmiro ganhou três vezes o Paulista, em 1956, 1958 e 1960; e o Rio-São Paulo de 1959. Em 1961 foi para o São Paulo, onde permaneceu por duas temporadas, antes de ir para a Ponte Preta e pendurar as chuteiras em 1964, perto de completar 43 anos. Pela Seleção Brasileira, foi campeão e artilheiro do Sul-Americano de 1949, além de vice mundial em 1950. Teve uma das mais longas e brilhantes carreiras do futebol brasileiro. Tinha 1,70m e era um armador brilhante, dono de um potente chute de canhota, apesar das pernas finas e do corpo franzino. O Jajá de Barra Mansa raramente errava um passe. Foi um dos maiores craques da história do futebol brasileiro e figurinha carimbada da Era Expresso da Vitória.” (“Um Expresso Chamado Vitória”, Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida)


Lelé, Isaías e Jair
(Revista Esporte Ilustrado)


Ademir, Lelé, Isaías, Jair e Chico - um quinteto fantástico!
Vasco da Gama - Campeão INVICTO em 1945

Em março de 2004, o NETVASCO noticiava a ida do Jair Rosa Pinto, então com 82 anos, ao programa “Casaca no Rádio”, na Rádio Bandeirantes, onde contou um pouco de sua vida e sua carreira.

Alguns trechos da entrevista:

 wO início
"O que pouca gente sabe é que eu comecei no próprio Vasco, no Infantil. Mas o técnico da época, um ex-jogador do Vasco chamado Kuko, argentino, disse que tinha gente demais e me mandou embora. Eu então voltei para Barra Mansa, pois ainda estava estudando", revela Jair.

wDo Madureira para o Vasco
"Ondino Viera era técnico do Fluminense e acertou comigo numa tarde. À noite, ele foi contratado pelo Vasco, então me ligou e disse que eu não iria mais para o Fluminense e, sim, para o Vasco", conta Jair. E completa: "Ondino Viera mandava em tudo. Foi ele que arrumou o Vasco. Hoje, nem o Eurico mandaria nele"

wA transferência para o Flamengo
"Eu e o Ademir ganhávamos 20 mil e os outros ganhavam 40 mil. Isso não era certo!"

w Da Gávea para o Palmeiras (após a goleada Vasco 5x2 Flamengo)
"O que aconteceu foi que o Major Póvoas (dirigente do Vasco na época) descobriu onde ficava a concentração do Flamengo em Jacarepaguá e almoçou comigo. Como naquele dia ninguém jogou nada, o Ary Barroso (compositor e locutor, ferrenho torcedor rubro-negro) inventou essa história"

- neste jogo Jair foi acusado de "estar na gaveta" (ter sido subornado), o que nega veementemente. Dizem que sua camisa chegou a ser queimada no vestiário. Assim, Jair foi para o Palmeiras.
(trechos publicados no NETVASCO em 01 de março de 2004 – “notícias”)




Números no Vasco:
Jogos: 71 (44 vitórias, 18 empates, 9 derrotas)
Gols: 27

Primeiro jogo: 14/02/1943 - Palmeiras 1x1 Vasco - Amistoso
Último jogo: 09/11/1946 - São Cristovão 1x1 Vasco - Campeonato Carioca

Conquistas pelo Vasco:
Torneio Início (1944)
Torneio Relâmpago (1944)
Torneio Municipal (1944)
Torneio Municipal (1945)
Campeonato Carioca (Invicto) (1945)
Torneio Municipal (1946)





Jair na Seleção


Números na Seleção Brasileira:
Jogos: 41 (39 oficiais)
Gols: 24 (22 em jogos oficiais)

Títulos pela Seleção Brasileira:
Copa Rocca (1945)
Copa Rio Branco (1947, 1950)
Campeonato Sul-Americano (1949)

Obs: Vice-campeão do mundo em 1950 - 5 jogos e 1 gol na Copa
Artilheiro do Sul-Americano 1949 com 9 gols - recorde até hoje








GALERIA DO JAJÁ

Campeão Invicto do Torneio Relâmpago de 1944
Em pé: Alfredo, Zago, Yustrich, Rafanelli, Eli e Argemiro.
Agachados: Djalma, Lelé, Isaías, Jair e Chico.



Campeão Carioca Invicto em 1945
Em pé: Dino, Eli, Berascochea, Augusto, Rodrigues, Rafanelli e Ondino Vieira (técnico);
Agachados: Mário Américo (massagista), Santo Cristo, Ademir, Isaías, Jair e Chico.


Zizinho, Ademir Menezes e Jair Rosa Pinto na Seleção Brasileira

Norival, Ary, Domingos da Guia, Ivan, Ruy, Jayme de Almeida e Hermógenes (massagista)
Agachados: Lima, Zizinho, Heleno de Freitas, Jair Rosa Pinto e Ademir Menezes
(BRASIL 3x0 BOLÍVIA, SUL-AMERICANO/1946)


Seleção Brasileira - 1950
Em pé: Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer e Bigode;
Agachados: Friaça, Zizinho, Ademir, Jair,  Chico e Mário Américo (massagista)


Combinado Vasco-Santos (1957)
Jair Rosa Pinto, então jogador do Santos, volta a vestir a camisa do Vasco
Em pé: Vágner, Paulinho de Almeida, Ivan, Bellini, Urubatão e Brauer;
Agachados: Ledo, Pelé, Álvaro, Jair e Pepe.


Jair Rosa Pinto

Tijucano de coração, a paixão de Jair Rosa Pinto pelos gramados só perdia para o carinho aos passarinhos, que dividia com os amigos da Praça Saens Peña. Seja em um bate-papo no banquinho ou num cumprimento nas esquinas do bairro, Jair sempre será recordado por sua simpatia, elegância e irreverência. (Blog Mais Memória)


Se eu fosse montar uma “seleção brasileira de todos os tempos”, nela estariam, no ataque, Garrincha, Zizinho, Pelé, Jair Rosa Pinto e Rodrigues” (Ademir da Guia, “Divino – A Vida e a Arte de Ademir da Guia”)







Fontes
- Livro "UM EXPRESSO CHAMADO VITÓRIA" (Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida)
- Livro "Os dez mais do Palmeiras" (Mauro Beting)
- NETVASCO (http://www.netvasco.com.br/)
- Museu dos Esportes (http://www.museudosesportes.com.br/)
- Site do Mauro Prais (www.netvasco.com.br/mauroprais)
- Livro "Seleção Brasileira 1914 - 2006" (Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf)
- Blog Mais Memória (http://blog.maismemoria.net/)

2 comentários:

  1. Escolheu bem o Jair ..a Tijuca.Alías, em uma pizzaria na Praça Saens Peña, se não me engano a Pizza Grill, nota-se um belo quadro dele sobre o caixa do estabelecimento, agora esta explicado o motivo.

    Outra, é que não se comenta mas o Jajá não era um jogador muito masculino, e também por isso não se criou no Vasco e no Flamengo ..

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  2. Caro Juninho, não sei desse comentário que vc menciona...

    Mas no livro “Na Grande Área”, Armando Nogueira dedica um capítulo ao Jair Rosa Pinto (A festa do Jair) e que o se pode ver é que o Jajá tinha uma formação diferente.

    O texto do Armando trata de uma festa na casa do Jair...

    “Danilo, Ademir, Jair e Zizinho – quatro amigos que a vida teve a sabedoria de reunir na mesma época... com exceção de Jair, quando eles se conheceram eram ainda solteiros...

    Um dia, lá pela década de 40, Jair os convidou para uma festa em sua casa, sábado de tarde. Começaria cedo, mas acabaria, certamente, lá pelas horas da noite...

    Danilo, Ademir e Zizinho tomaram um ônibus no centro da cidade, e a festa foi o assunto da viagem: perspectiva de chope gelado, as batidas, as garotas, “o Jair não é solteiro, mas, com aquela cara de safado, é capaz de ter arranjado um time de meninas...”

    ...chegaram à frente da casa batendo palmas... na janela apareceu um padre. Danilo desconfiou:
    - Vamos embora que não é aqui, não; nós erramos a casa.
    Zizinho conferiu o endereço. Era ali mesmo. ... abriram o portão e foram subindo a escada. Na sala, conversavam, sobriamente, dois padres e um velhinho, cada qual com um copo de coca-cola na mão...
    ... Jair apareceu em seguida... os três ficaram sabendo que os padres pertenciam à Paróquia de Madureira e eram velhos amigos da família Rosa Pinto
    ... Pela mão de Jair, os três passaram à sala de jantar onde recomeçou o ritual das apresentações: “Esta é Irmã Maria... aqui, Irmã Ângela; aquela Irmã Constantina.”
    ...os três ficaram com cara de espanto: que festa é essa? uma festa que não tem música, não tem mulher, esses padres, essas freiras, uma festa sem chope gelado.
    A muito custo, Zizinho e Danilo conseguiram que Jair mandasse comprar meia dúzia de cervejas no botequim da esquina.
    E foi ali, no fundo do quintal, conversando e bebericando com o empregado da família, que os três ficaram sabendo que Jair Rosa Pinto era o afilhado número um da Congregação Mariana da Paróquia de Madureira”

    Portanto Juninho, uma coisa me parece certa: o Jair era religioso.

    Grande abraço.

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